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sábado, 24 de outubro de 2020

Famílias se armam contra invasões de áreas de preservação em Nova Itamarati.

Barracos e lavouras brotam todos os dias em Áreas de Preservação Permanente no Assentamento Itamarati.

Áreas de preservação ambiental estão sendo invadidas no maior assentamento da reforma agrária do Brasil, o Itamarati, no município de Ponta Porã, fronteira com o Paraguai. Os espaços destinados para reflorestamento durante a divisão dos lotes, ainda nos anos 2000, se transformaram em alvos de invasores que entram nas terras para morar e plantar soja.

Proprietários de lotes que assumiram a responsabilidade de cuidar das APPs (Áreas de Preservação Permanente) tentam impedir as invasões. Recentemente, alguns moradores receberam os invasores com tiros de armas de fogo, mas as ocupações irregulares continuam.

Moradores relataram ao site Campo Grande News que as invasões começaram há pelo menos dois meses e ocorrem tanto no Itamarati I quanto no Itamarati II. No primeiro, vários barracos já estão sendo instalados e áreas de preservação desmatadas para plantio de soja.

No segundo, por enquanto existem apenas invasões para lavoura, mas os assentados temem ampliação das ocupações diante do descaso das autoridades públicas. 

“Já fizemos várias denúncias, mas nada foi feito. As APPs sofrem uma onda de invasão desenfreada. Todos os dias chegam mais e mais invasores e parece que eles vieram para ficar”, afirmou um morador. Temendo pela segurança, ele pediu para não ter o nome divulgado.

Segundo a denúncia, parte dos invasores vem do próprio núcleo urbano do assentamento. Entretanto, há também pessoas residentes na cidade de Ponta Porã que estão invadindo as áreas e até gente do Paraguai.

“São pessoas que já foram assentadas, perderam ou venderam os lotes, são moradores da cidade e até parentes dos próprios assentados”, afirma o morador.

O Assentamento Itamarati foi criado em 2003, no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A área tem 57 mil hectares. Nas décadas de 70 e 80 foi considerada a maior produtora de soja do País, quando ainda pertencia ao “Rei da Soja” Olacyr de Moraes (morto em 16 de junho de 2015).

Com pelo menos 20 mil moradores, quatro escolas e três postos de saúde, o assentamento foi transformado no distrito de Nova Itamarati em 2015 e desde 2018 sonha em se tornar o 80º município de Mato Grosso do Sul.

APPs ameaçadas – Dos 57 mil hectares totais do assentamento, 800 hectares foram destinados à formação dos APPs. Em dezembro de 2010, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) lançou o projeto “Novos Campos”, com investimento de R$ 2 milhões para a preservação ambiental nos assentamentos de Mato Grosso do Sul.

Como toda a área desapropriada em 2002 já era de lavoura, ou seja, não tinha mais vegetação nativa, no assentamento Itamarati não houve a reserva legal deixada no fundo dos lotes.

Para compensar, foram criadas as APPs, entregues aos cuidados dos próprios assentados. A maioria dessas áreas de preservação, localizadas onde tem rios, córregos, lagoas e nascentes, está sendo reflorestada com vegetação nativa, mas as invasões ameaçam o futuro desse projeto.

Segundo os moradores, em algumas APPs do Itamarati I os invasores já fizeram a divisão dos lotes e começaram a preparar a terra para o plantio. “Estão dividindo e construindo os barracos nas áreas que eles acham que vão ser donos. Também tem área invadida que está sendo arrendada”, relatou uma moradora.

Fogo e Tiros – Na região conhecida como Monte Rico, os invasores atearam fogo para facilitar a remoção da vegetação e preparo da terra para o plantio. Revoltados, alguns assentados teriam disparado tiros em direção aos barracos para expulsar os invasores.

“Já começaram os conflitos. Os assentados que reflorestaram e cuidam das áreas não aceitam essas invasões”, relata a moradora. “Todos têm casa na vila, alguns já pegaram lote e venderam e agora querem pegar as reservas. Tem gente que veio até do Paraguai para invadir as APPs”, denuncia.

O Campo Grande News procurou a Prefeitura de Ponta Porã e o Incra em Mato Grosso do Sul e aguarda posicionamento desses órgãos sobre as denúncias dos moradores.

Fonte: Campo Grande News

5 comentários:

  1. É uma pena que so agradecer estão vendo como área de reflorestar entorno Onde desde o ano de 2002 foi feito um projeto de reflorestar enrolado Onde os proprietários de lotes na imediações de áreas com sobras de terra ,no entanto usavam essa mesma área pra aumentar as suas produções de soja e milho e somente agora que estas áreas estão sendo ocupadas por sem tetos é que foram enchergar antes disso reflorestavam com milho e soja. Então essas terras não estão sendo invadidas simplesmente essas famílias que estão ocupando estão tendo uma oportunidade para dar um teto pra suas famílias.
    Então antes de publicarem deveriam vir vistoriar e tirar as conclusões
    Fica uma pergunta se em dez anos esse povo que está denunciando não plantaram um pé de árvore será que realmente estão preocupados com reflorestamento ou é só que estão sentindo que essa área deixará de produzir mais algumas sacas na sua produção.? Fica essa pergunta no ar.

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  2. Realmente em 10 anos, não plantaram um pé de árvore sequer para o projeto de reflorestamemto, agora quando os assentadafos que estavam responsável por cuidar dessa área "arrendando até agora" quando foi tomada por sem teto realmente pessoas que n tem aonde morar e querem um pedaço de terra, será que agora se preocuparam em reflorestar? Será que só ahora a mídia viu isso? Ou será os que eram responsáveis por essas áreas que estão preocupados que não vão mais receber dinheiro em cima dessas Áreas?

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  3. E pq denunciar só agora? Os que eram responsáveis plantaram por 10 anos ou mais as áreas, se beneficiando com renda de soja e milho, e até então ninguém ligava que era área de reserva, agora que perderam essas terras, denunciaram que era área de reserva, em 10 anos n plantaram uma árvore se quer agora estão preocupados?

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  4. Eu acredito q existam pessoas que precisam de um lugar para poder morar. Mas sabemos que aqui na Itamarati, a negociação de terrenos está correndo a céu aberto. Pessoas de outras cidades com 6 terrenos, e pior continuam cortando e vendendo de forma irregular, ou apropriação da própria liderança onde fazem giro de capital visando a obtenção do lucro dessas terras da união para uso particular. Sem contar no monopólio dos pequenos comerciantes tomando posse a preço de banana de lotes vendidos por baixo dos panos. Ou seja , haveria condições de acomodar qualquer família necessitada se o trabalho fosse feito com respeito e dignidade ao próximo. Dessa forma atenderia a comunidade que realmente precisa e não seria necessário invadir áreas destinadas a preservação ambiental.

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  5. tem comentários de pessoas que não conhece a realidade porque eu sou um recuperador de reserva e vem ver a reserva implantada de muitos anos de formação que foi formada por mim

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